Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que o papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns e, ao mesmo tempo, uma das mais subestimadas quando se fala em saúde reprodutiva. Apesar de muitas infecções regredirem de forma espontânea, certas variantes do vírus podem provocar alterações celulares e inflamações que afetam diretamente a fertilidade de homens e mulheres. Por isso, compreender essa relação é essencial para prevenir complicações e preservar a capacidade de concepção.
O que é o HPV e como ele atua no organismo
O HPV é transmitido principalmente pelo contato sexual, podendo infectar pele e mucosas da região genital, anal e orofaríngea. Existem mais de 200 tipos identificados, classificados entre baixo e alto risco. Os de baixo risco geralmente provocam verrugas genitais, enquanto os de alto risco estão associados a lesões pré-cancerosas e cânceres do colo do útero, pênis, ânus e garganta.
Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o problema na esfera reprodutiva ocorre quando o HPV de alto risco persiste no organismo, provocando alterações estruturais e funcionais no sistema reprodutor. Essas mudanças podem interferir na passagem dos gametas, na receptividade uterina e até na viabilidade dos embriões.
Efeitos do HPV na fertilidade feminina
No caso das mulheres, a infecção persistente por HPV pode gerar lesões cervicais que exigem tratamentos como conização, cauterização ou crioterapia. Embora eficazes na prevenção do câncer, esses procedimentos podem provocar encurtamento ou enfraquecimento do colo do útero, aumentando o risco de abortos precoces ou dificultando a manutenção de uma gestação.

Tosyn Lopes ressalta que o HPV também pode provocar inflamações crônicas no trato reprodutivo, alterando a composição e a quantidade de muco cervical, fator fundamental para o transporte dos espermatozoides. Além disso, alterações no ambiente endometrial podem reduzir as chances de implantação do embrião, mesmo quando há fecundação.
Outro ponto de atenção é que estudos recentes sugerem que a presença de DNA do HPV nos óvulos ou no revestimento uterino pode comprometer os resultados de tratamentos como a fertilização in vitro (FIV), diminuindo as taxas de sucesso.
Impactos do HPV na fertilidade masculina
Nos homens, o HPV costuma se manifestar de forma silenciosa, mas pode estar relacionado a alterações importantes no sêmen. Pesquisas mostram que a presença do vírus no material seminal está associada a fragmentação do DNA espermático e redução da motilidade, fatores que dificultam a fecundação.
De acordo com Tosyn Lopes, a infecção também pode levar a inflamações nos ductos e glândulas reprodutivas, como uretra, próstata e epidídimo, prejudicando o transporte dos espermatozoides. Em casos de infertilidade sem causa aparente, investigar a presença de HPV no sêmen pode fornecer respostas importantes.
Prevenção e cuidados essenciais
A principal medida preventiva contra o HPV é a vacinação, disponível para homens e mulheres e recomendada preferencialmente antes do início da vida sexual. No entanto, adultos sexualmente ativos também podem se beneficiar da imunização, pois ainda há proteção contra tipos de vírus com os quais a pessoa não teve contato.
Ademais, o uso de preservativos reduz significativamente a chance de transmissão, embora não ofereça proteção total, já que o vírus pode estar presente em áreas não cobertas. Manter boa saúde imunológica, com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e sono de qualidade, também auxilia o organismo a combater e eliminar o vírus.
O acompanhamento médico regular é indispensável. Para mulheres, o exame Papanicolau detecta alterações celulares precocemente; para homens, a avaliação urológica e exames específicos do sêmen podem identificar a presença do vírus e possíveis complicações.
HPV e planejamento reprodutivo
Para casais que desejam engravidar, incluir a triagem para HPV nos exames pré-concepcionais é uma medida estratégica. Isso permite diagnosticar e tratar lesões, reduzir a carga viral e preparar o organismo para uma gestação segura. Em alguns casos, os médicos podem recomendar um intervalo de tempo entre o tratamento e a tentativa de concepção, garantindo melhores condições para o sucesso reprodutivo.
Tosyn Lopes frisa que cuidar da saúde sexual e reprodutiva é uma etapa fundamental para proteger a fertilidade. Tratar o HPV de forma adequada e preventiva não apenas preserva a capacidade de concepção, mas também evita complicações graves que podem afetar a qualidade de vida a longo prazo.
Autor: Mikeal Harven
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