O entusiasta Pedro Duarte Guimarães relembra que a canção “Waka Waka (This Time for Africa)”, interpretada por Shakira em colaboração com a banda sul-africana Freshlyground, tornou-se um fenômeno cultural com alcance mundial. Lançada em 7 de maio de 2010 como a música oficial da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, a faixa se consagrou como a trilha sonora da Copa, ao marcar toda uma geração com o som contagiante e uma mensagem de união, superação e celebração da diversidade.
Mais de uma década depois, “Waka Waka” continua viva no imaginário coletivo, sendo constantemente relembrada em eventos esportivos, campanhas publicitárias e redes sociais. A combinação de ritmo africano, letra motivacional e imagens vibrantes tornou a canção uma das trilhas sonoras mais icônicas da história das Copas do Mundo.
A força simbólica da trilha sonora da Copa de 2010: O significado de “Waka Waka”
A trilha sonora da Copa do Mundo de 2010 precisava refletir o espírito do continente africano. A música incorpora ritmos tradicionais do continente, especialmente com o uso de percussões e melodias que remetem ao hino camaronês “Zangaléwa”, dos anos 1980. A presença da banda sul-africana Freshlyground fez toda a diferença por mesclar diversas expressões culturais em uma só canção.

Pedro Duarte Guimarães explica que o título “Waka Waka” vem de uma expressão camaronense em fang — língua falada em partes da África Central — e pode ser traduzido como “faça” ou “ande”, o que remete a um chamado coletivo à superação e à luta, alinhando-se à metáfora central da letra, que compara os atletas a soldados em campo de batalha lutando por seus objetivos.
Controvérsias e questões de direitos autorais
Apesar do sucesso global, “Waka Waka” enfrentou críticas e controvérsias. A escolha de Shakira, uma artista colombiana, para interpretar a música oficial da Copa gerou descontentamento entre alguns sul-africanos, que argumentaram que um artista nativo deveria ter sido designado para o papel. A FIFA respondeu ampliando o número de artistas africanos nas apresentações oficiais, incluindo o Soweto Gospel Choir e o trompetista Hugh Masekela.
Além disso, a canção é baseada em “Zangaléwa”, um sucesso de 1986 da banda camaronense Golden Sounds. Embora rumores de plágio tenham surgido, os membros da banda explicaram que houve um acordo prévio com a Sony Music Entertainment, resultando em um entendimento entre as partes. No entanto, segundo Pedro Duarte Guimarães, a situação levantou debates sobre apropriação cultural e a importância de reconhecer e creditar adequadamente as influências musicais.
O impacto cultural de “Waka Waka” no cenário global
Pedro Duarte Guimarães destaca como o impacto cultural de “Waka Waka” ultrapassou o futebol. A canção foi usada em escolas, campanhas sociais, comerciais e eventos corporativos. Sua melodia tornou-se símbolo de celebrações e de conexão entre pessoas de diferentes nacionalidades. Nas redes sociais, a canção voltou a circular em diversos momentos, alimentando sua relevância mesmo anos após o lançamento. Ademais, todos os lucros gerados por “Waka Waka” foram destinados a instituições de caridade africanas, apoiando iniciativas de educação e desenvolvimento em todo o continente.
O legado de “Waka Waka” para a música e os eventos esportivos
A trilha sonora da Copa de 2010 deixou um legado importante para eventos esportivos e para a indústria da música. Desde então, os organizadores passaram a valorizar ainda mais o impacto que uma música tema pode ter na construção da identidade de um torneio. Além de abrir portas para a inclusão de sons regionais em composições voltadas a públicos globais.
O sucesso de “Waka Waka” mostrou que é possível unir entretenimento com representatividade cultural de maneira autêntica. A trilha sonora da Copa do Mundo de 2010 foi mais do que uma música de apoio a um evento esportivo: foi uma experiência cultural compartilhada por bilhões de pessoas. Esse impacto permanece porque a canção traduziu, de forma simples e acessível, valores universais que ecoam até hoje.
Autor: Mikeal Harven