A pavimentação de 405 quilômetros da BR-319, que liga Roraima a outros estados do país, foi tema de debate durante o programa Agenda da Semana neste domingo (15), na Rádio Folha 100.3 FM. O empresário do ramo de transporte e ex-deputado federal Remídio Monai avaliou a medida como necessária para impedir que o Estado fique isolado.
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O recente anúncio da retomada das negociações para reconstrução da rodovia que liga Manaus a Porto Velho foi apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante recente visita ao Amazonas, no dia 10 de setembro. Na ocasião, o presidente defendeu a revitalização da estrada, contanto que sejam avaliados os impactos ambientais.
Durante a entrevista à Rádio Folha 100.3 FM, o empresário destacou que a BR-319, no trecho que equivale os 405 quilômetros, possui sete áreas de conservação. Outro ponto levantado por Remídio é que a BR-319 margeia o Rio Madeira por quase todo seu perímetro. Segundo Monai, um dos motivos pelo qual faltou investimento na área e proatividade para revitalizar a estradas é também pela dificuldade de plantio na terra e por falta de interesse dos madeireiros, pela qualidade do produto.
“No caso da 319, nesse trecho do meio, não aconteceu esse investimento porque a terra não tem aptidão para lavoura e essas coisas. Não aconteceu como foi na Transamazônica. E agora existe toda essa área de preservação, com essa situação de não ser uma região de terra produtiva”, explicou.
Ainda segundo o empresário, a revitalização da BR-319 é fundamental, principalmente para a região norte do país e interligação dos estados de Roraima e do Amazonas. “Uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes, que é Manaus. A cidade de Boa Vista tem mais de 500 mil habitantes. Então, não tem justificativa, dois estados como o Amazonas e Roraima, que tem uma ligação com o Caribe”, pontuou.
Remídio criticou ainda o atraso do governo Lula em viabilizar a revitalização da área, diferente do que acontece em outros países, que recebem investimento de infraestrutura e foco no escoamento de produto e acesso. O empresário também alegou que a demora é causada por influência de organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente.
“Ao nosso redor as coisas estão acontecendo. Onde tem estrada vai ser duplicada, onde não tem estão fazendo. E nós aqui nesse elo, estamos presos por um capricho de ambientalista que acha que devemos ficar isolados do restante do país”, declarou. “Os países que patrocinam essas ongs jamais vão querer o nosso desenvolvimento, o crescimento do país. Assustam eles essas possibilidades de produção, que são muitas. Então, qual é a solução? Pagar uma quantia para que esses ambientalistas fiquem colocando dificuldade e a gente não consiga avançar. É isso que vem acontecendo na BR-319. Lamentável”, pontuou.
Apesar dos pesares, o empresário do ramo de transportes afirmou que a estrada atualmente está em boas condições e que o tempo de trajeto de Manaus até Porto Velho leva cerca de 22 horas, dependendo das condições da estrada e disponibilidade da balsa.